Notas Mentais sobre Marketing sensorial
- isadorastoffel
- 4 de jun. de 2024
- 3 min de leitura

Desde o meu primeiro contato formal com marketing, durante a faculdade, eu despertei em mim uma paixão muito grande pela forma como as marcas se relacionam com o público.
E lidar com esse relacionamento de uma forma sensorial me brilha ainda mais os olhos. Afinal, eu adoro comer bem. Isso inclui, sentir o cheiro da comida, o sabor, a apresentação do prato (visual) e por que não, o tato? Comer uma pizza com a mão torna ela muito mais gostosa e se você não concorda, tudo bem, porque tenho certeza que você já lambeu seus dedos depois de comer salgadinhos.
Ah! E a audição está não só naquele barulhinho da panela de pressão chiando da feijoada no sábado, mas num restaurante lotado em que você precisa se concentrar muito pra ouvir quem está na mesa com você. Isso atrapalha a experiência, não é? Restaurantes barulhentos tendem a ter giros de mesa mais rápidos. Isso pode ser bom do ponto de vista de um self-service, mas pode ser ruim em restaurantes com muitas mesas livres e ticket-médios mais altos. E com esse dado, já te introduzo sobre o que é o marketing sensorial.
É pensar na experiência do cliente baseado nos 5 sentidos humanos. Olfato, paladar, visão, tato e audição.
Você pode não perceber, mas um bom marketing é pensado em toda sua experiência, não só no básico da sua jornada. O básico e o que todo mundo inconscientemente faz, começa pela escolha de cores que compõe a identidade visual.
O que tem gente acordando para fazer é desde o perfume característico da FARM ou da MMartan que fazem os clientes ficarem mais tempo dentro da loja porque é um cheiro agradável, e queremos experiências agradáveis, ou pelo simples reconhecimento de marca ao chegar próximo a uma pessoa com uma roupa da Farm ou um hotel com uma colcha MMartan - isso se chama marketing olfativo. É o som de uma notificação do Whatsapp, que faz você ficar ansioso para abrir o app e aumentar as métricas de engajamento da empresa. Ou o argumento mais usado na gastronomia: “comida caseira”, que faz você lembrar o sabor da infância e automaticamente criar conexão de afeto e desejo com a marca.
Outro dia, ouvi um podcast da Sarah, VP de marketing da Mastercard, e até uma marca global de operações financeiras pensa nos seus 5 sentidos. As cores e logo da Mastercard não estão ali à toa, o barulhinho da maquininha ao passar um cartão Mastercard não está ali à toa. Um dia, fizeram uma ativação com macarrones nas cores da Mastercard e as pessoas reconheceram a marca ali. Assim, conseguiram ativar o paladar e o olfato. Conseguiram despertar sentidos e criar sentimentos e emoções. Mesmo uma empresa de operações financeiras. Por que fazer isso? Para criar aproximação e lealdade. Clientes próximos e leais compram mais.
A Sarah também fala sobre a ativação dos 5 sentidos como forma de inclusão. Já parou para pensar que uma pessoa cega não sabe quão lindo é o arco-íris? E se o arco-íris tiver cheiro, como essa pessoa poderia criar emoções e sentimentos por/com ele?
Por tudo que passamos na vida, tem um aprendizado. Se você teve covid-19 e perdeu seu paladar e olfato, talvez tenha valorizado mais seus sentidos, não visto a hora de recuperá-los e poder sentir o gosto aquele doce que tanto estava com vontade. Pois, agora, aplique isso na sua empresa. Desperte os sentidos.
Não foque só no visual. Ele é importante. Indispensável, na verdade. Por que em geral, é o primeiro contato. Mas já não somos feitos só de primeiras impressões. Se você quer se diferenciar, explore mais sentidos, mais emoções, mais sentimentos.
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